Viajei sozinha para a Islândia!

Neste texto você acompanhará a minha jornada solo ao redor da Islândia. Um país que eu sonhava em conhecer de carro. Viajei por 11 dias em uma campervan, dando a volta no país. Encontrando cachoeiras magnificas e crateras de vulcão. Você encontrará um post com dicas práticas e também muita emoção. Me perdoe de antemão se você esperava apenas dicas práticas, é que não tem como realizar um sonho e não se emocionar contando! Pega um café e bora para Islândia!

De São Paulo até Reykjavik!

Dias 1, 2 e 3 da Viagem! De 06 a 08/09/2023. Fim do verão.

Dei a volta na Islândia sozinha em uma campervan. Eu, meus pensamentos e umas sacolas de mercado! Sai de São Paulo-Guarulhos dia 06 às 23:50 com destino a Londres. Para chegar até a Islândia não temos voos diretos do Brasil, então você precisa ir até a Europa ou até aos EUA. Via Estados Unidos você precisa estar com seu visto em dia e esta opção ainda pode te ajudar com umas comprinhas mais baratas de roupas de frio (caso você não tenha) e alguns acessórios que você pode julgar importantes.

Via Europa é mais tranquila questão de visto, haja que brasileiros entram na União Europeia sem visto e podem permanecer por 90 dias.

Fui até Londres num voo cansativo, mas cheio de emoção, eu estava realmente ansiosa, emocionada e grata. Mas ainda assim foi um voo bastante cansativo, são 12 horas até Londres no modo lata de sardinha. Comprei dois voos separados, então tive que passar pela imigração de Londres, mudar de terminal (acho que caminhei por 1 hora porque aquele aeroporto é muito grande) e aguardar por mais algumas horas até meu voo para Reykjavik, capital da Islândia. Na verdade, o voo é para Keflavik, uma cidade uns 40 minutos de carro de Reykjavik.

Chegada a Londres e Reykjavik

Ao chegar na capital, eu já tinha carro reservado e a empresa que utilizei enviou por e-mail as instruções de onde aguardar para que o transfer que iria até a empresa nos encontrasse.

Chegar a Londres por si só já é um evento, comecei a ouvir o inglês mas também muitos outros idiomas e isso me deixou feliz. Pessoa esta que não viajava já fazia algum tempo! Mas chegar em Keflavik foi ainda mais doido neste sentido! Eram muitos idiomas diferentes, muitos eu não sabia nem reconhecer. Nos meus 15 dias de Islândia eu ouvi português duas vezes apenas. Uma logo no começo da viagem e outra já quase no final de um casal que conheci na saída de Skogafoss. Um casal carioca super simpático!

Vi todas aquelas pessoas nas filas para embarcar de volta para casa e eu chegando com minhas duas malas gigantes (isto foi meu grande erro nesta viagem, mas falaremos disso mais adiante). Via aquelas pessoas jogadas no chão do aeroporto nas filas para voltar para casa, muitas com as bochechas vermelhas (achei que era sol) mas depois descobri que o vento frio da Islândia queima também!

Fiquei me imaginando dali 15 dias, será que eu também estaria com o cabelo todo bagunçado, com a cara cansada e cheia de querer contar para todo mundo? Será que eu sobreviveria? (muitas risadas aqui, porque, sim, eu fui para Islândia com muito medo de algum acidente).

Sobrevivi para contar! E eu tenho muita história para contar!!! Meus posts não serão só posts práticos. Tentarei montar algo bem prático para quem só quer informações mais diretas, mas aqui haverá também meu relato de parto da Islândia. Esta viagem foi como um filho para mim, não sou mãe e as mães não me cancelem, mas esperei tanto (intensamente, não literalmente porque planejei esta viagem em 3 meses), eu estava tão feliz e entusiasmada! Não sei nem como dizer aqui como eu estava enlouquecidamente feliz chegando naquele aeroporto 1h da madrugada do dia 08/09/23!

Transfer Aeroporto para a capital

Encontrei a empresa no local demarcado do transfer, utilizei a Go Car Rental e deu tudo certo. Acho que eram umas 2h da manhã eu já estava no carro com internet (comprei um chip digital pelo Aplicativo Airlo). Também aluguei o carro e a campervan com uma plaquinha de internet da Huawei que era incrível, pegava embaixo de mar, em montanha, em cima de fiordes, um desbunde! Tive mais internet nos locais mais bizarros da Islândia do que na avenida Paulista aqui em São Paulo.

Dirigi cantando, com medo da escuridão (a Islândia é muito escura e medo é uma palavra que vai se repetir muito por aqui, eu sou muito medrosa). Até a capital Reykjavik. Eu estava tão feliz, com tanto medo, mas também tão feliz.

Chegada ao Hostel

Não sei se já mencionei, mas foi minha primeira viagem sozinha! Estou emocionada de estar escrevendo aqui! Chorei no carro quando vi as luzinhas da capital e lembro da torre da Igreja principal da cidade, se eu fechar os olhos agora posso sentir o que senti chegando naquele dia em Reykjavik! Achei meu hostel, subi os 4 lances de escada (não havia elevador) e lembra das duas malas (uma de 23 kg e outra de 10 kg) mais uma mochila e minha bolsa, aqui, sem comentários para mim. Entrei no quarto lindo que vi tanto pelas fotos (ah! Fiquei no Kex Hostel). O kex é um hostel super descolado, com um super bar no primeiro andar onde a galera se encontra linda e loucamente para conversar sobre um tudo. Amei demais este hostel e tenho saudades de lá!

Para comemorar minha chegada, comprei uma garrafa de vinho no freeshop da Islândia, um pacote de chocolate milka e uma batatinha. Eram 4 horas da manhã e eu estava lá, rindo, chorando, bebendo e comendo açúcar! Afinal, EUUUU cheguei carai!

Dia livre na capital!

Dia 3 da viagem, 08/9/23.

Acordei tarde, tomei um banho e sai para andar na cidade. Entrei em um lugar lindinho para tomar café e acabei almoçando porque já era tarde. O Restaurante era bem gostoso, Hressó. Entrei sem pesquisar e sem saber nada do serviço islandês. Possivelmente não virão pessoas te servir nas mesas, exceto seja um restaurante muito turístico. Normalmente são poucas pessoas trabalhando nos locais e você pedirá no caixa, pagará no caixa e aguardar um bocado. Nunca chegue morrendo de fome porque as coisas não são como em São Paulo. Neste lugar entendi que eu estava em outro ritmo. Sente-se, olhe pela janela. Liana você está de férias. Você sai de São Paulo, mas São Paulo não sai rapidamente de você.

Sentei em uma mesa e comecei a tirar meus casacos (eram 3). Vi ao lado da porta uma porta casacos, uma pilha deles, as pessoas chegam e ali deixam tudo. A porta era dupla, para que o vento da rua não entrasse diretamente nos clientes sentados nas mesas. Ainda assim olhei bastante pelas portas. Fiquei hipnotizada na dinâmica, abre uma porta, abre outra, larga casaco, fala um idioma que eu nunca ouvi na vida, senta, recebe uma garrafa de água, um cardápio, vai até o caixa.

Eu estava na Islândia.

Fiquei feliz com meu café da manhã / almoço e sai para garantir uma capa de chuva. Chove do nada naquela cidade e sombrinhas não são bem-vindas, porque do jeito que chove, venta. Lá venta nível Ceará. Ou nível Islândia. Em uma escala de ventos, a ventania da Islândia virou meu top 1. Não compre capa de chuva no Brasil, se puder, deixe para comprar um casaco que eles têm lá, o qual é capa de chuva e já serve como corta-vento, é comprido e bonito. Ser comprido é importante, porque o vento dá duplo twist carpado lá, vem pelos lados, de baixo, de cima e te molha inteira. Acho que minha capa de chuva custou por volta dos 250 Reais. É cara, porque não é uma simples capa, é um casaco mesmo e acabei usando muito durante toda a viagem e já usei aqui em São Paulo.

Garanti meu café para o dia seguinte, os hotéis lá cobram pelo café da manhã e como eu já precisaria comprar algumas coisas para a van, achei já melhor comprar meu próprio pó e alguns lanchinhos.

Anda, tira foto, come bobagem e volto para o hostel porque era chuva em cima de chuva, vento em cima de vento. Estava ansiosa para o dia seguinte pegar a minha campervan! Detalhe, como eu não saí da capital, não usei o carro para nada e ele ficou parado pagando estacionamento da capital! Se você não vai fazer passeios fora da cidade, você não precisa de um carro. Ônibus funciona muito bem e a cidade é bem pequena, eu andei bastante mesmo com chuva e vento!

Entrega do carro e retirada da campervan.

Dia 4 da viagem, 09/09/2023!

Este dia foi um dia que acabei não pensando muito em como seria a logística e acabei gastando um bocado de dinheiro por isso. Quem não se planeja gasta mais, isto vale em todos os lugares na vida.

Pelo menos a chuva deu uma trégua, lembro de acordar e pensar, é um belo dia para iniciar uma road trip!

Eu estava com um carro de passeio para entregar no aeroporto, em Keflavik e a campervan estava na capital. Juntando meu segundo erro com meu primeiro, pensei, deixo as malas enormes na empresa da campervan e venho de ônibus ou qualquer outra coisa para a capital para pegar a camp. Fiz isso, mas o ônibus do aeroporto era só de hora em hora, então resolvi pagar um táxi. Se u tivesse me programado, teria pago o transfer da empresa da campervan (sairia mais barato do que o s R$ 540,00 que paguei para o taxista do aeroporto até a empresa da camper-uns 40 km). Ou se tivesse saído mais cedo, poderia voltar de ônibus. Mas resumo da história, paguei o táxi e voltei para a capital, onde pude pegar minha moradia para os próximos 11 dias!!!

Ansiedade master!!! Entrei, conversei com o pessoal da PKCampers, que foram muito legais comigo! Me explicaram tudo sobre a van que era novinha, modelo 2023! Me ensinaram a montar a mesa e a cama, as instruções para abastecer! Me emprestaram umas bolsas da Ikea para que não precisar carregar aquela mala gigante. Na camp, havia uns bancos que eram também baus, então guardei minha roupa dentro destes baus.

Assina tudo e voilà! Era hora de partir!

O tanque de combustível estava cheio, mas a geladeira vazia, então a primeira parada foi em um supermercado ao lado praticamente da empresa! Parei em um Kronán (supermercado) e fiz uma compra para mais ou menos uns 5 a 6 dias pelos meus cálculos. Macarrão, salsicha, salada, hambúrguer, molho de tomate, uma caixa de coca zero (aliás, na Islândia, em restaurantes e hotéis, não costumam vender Coca-Cola, apenas Pepsi), alguns molhos como mostarda e ketchup, sal, detergente para lavar a louça, esponja. Enfim, minha primeira compra foi grande e cara. Gastei por volta de 1200 reais. Tudo, absolutamente tudo na Islândia é caro, mesmo em supermercado. E eu moro em São Paulo, ao lado da avenida Paulista, aqui as coisas são muito caras já comparadas ao resto do Brasil.

Coisas que comprei e que foram bem úteis:

  • detergente para lavar a louça, pois não eram todos os campings que possuíam um disponível.
  • bucha de lavar a louça. Eu tinha nojinho de usar as que já estavam nos campings, no começo, no final eu já estava lavando a louça na fé e na água quente.
  • sal
  • café
  • iogurte skyr-uma das maravilhosidades culinárias da Islândia porque é tipo um iogurte grego mais denso, mais durinho que o nosso, por muitas vezes foi meu almoço misturado com uma porção de proteína que levei do Brasil.
  • pão de forma, queijo e presunto. Além do café da manhã servia também de curinga para os dias corridos de passeios.
  • molho pronto de tomate
  • ovos

Coisas que comprei e não usei ou que podia ter visto se havia disponível no “mercadinho” do hostel:

  • papel higiênico: comprei um pacote com 8 rolos. Voltei da roadtrip com 5 ou 6. Em todos os lugares que parei para banheiro, campsites, banheiros públicos no meio da estrada, banheiros de postos de combustível, havia papel higiênico. Os banheiros eram sempre equipados com tudo, aguinha quente para lavar as mãos, papel higiênico. Enfim, acabou sendo usado para limpeza das cacas que eu fazia na van quando derrubava algo, foi usado como guardanapo, foi útil, mas não precisava de 8 rolos. Apenas um rolo de papel toalha teria sido suficiente.
  • Sal: está na lista de cima, mas repeti aqui porque, porque eu podia ter pego no mercadinho do hostel. Na volta deixei quase 1 kg de sal, porque era o menor pacote no mercado. Acabei utilizando muito pouco sal para 1 semana, então não havia necessidade de comprar 1 kg. Não era caro, mas foi desperdício.
  • muita comida, podia ter comprado para 2 ou 3 dias e ir dosando melhor, pois não houve nenhum dia que eu não vi um mercado da estrada.

Coisas que comprei pouco:

  • Gás para o fogãozinho da camp: para 11 dias, eu usei 2 latas de gás e lá pelo oitavo dia acabou meu gás no meio de um café. Lágrimas escorreram porque sem comida eu até fico, mas em café, não haveria condições. Eu fazia café da manhã e jantar na camp. Como comecei minha road trip pelo norte, acabei cozinhando todos os dias, pois o norte é mais “ermo” de restaurantes digamos assim, as cidades são muito pequenas e as grandes, quando você passa os restaurantes já fecharam. Então, para oeste e norte, utilizei mais gás. No leste e sul, onde há estrutura, mas oferta de restaurantes, cozinhei 1x ao dia. Então comprei mais 2 latinhas de gás e acabou sobrando 1 inteira que deixei no mercadinho do hostel que voltei. Tenha sempre uma latinha reserva cheia, é super baratinho e não vale arriscar ficar sem. Estes meus cálculos foram para 1 pessoa. Cozinhar para 2 leva mais tempo, então teria que aumentar um pouco esta conta.

Compras feitas e organizadas na geladeirinha da campervan! Tudo no lugar! Nisso tudo, já eram quase 14 horas e eu tinha muita estrada pela frente! Mas isto ficará para a parte 2 do relato de parto!

Só sei, que eu estava infinitamente feliz!

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